É mais um projecto da Comunidade Vida e Paz que visa dotar os seus utentes de competências profissionais e sociais.
“Frescos ComVida” é um cabaz com produtos biológicos, resultado de um novo projecto da Comunidade Vida e Paz que se chama “Agricultura em modo biológico”.
Através desta iniciativa, a Comunidade Vida e Paz “tem como finalidade criar algumas oportunidades de trabalho para os nossos utentes que estão em processo de reinserção. E, por outro lado, ter um projecto também viável do ponto de vista económico e amigo do ambiente sustentável”, sublinha o director-geral da instituição.
“Todo o projecto assenta nos princípios da reciclagem, da reutilização e da agricultura biológica, inclusive, por exemplo, os sacos para levar os produtos são de lona, que nós estamos a reutilizar”, diz Henrique Joaquim.
Os produtos hortícolas e frutas são cultivados nos terrenos dos centros que a instituição tem na Venda do Pinheiro e Sobral de Monte Agraço, uma forma de rentabilizar estes espaços. Com isto, já foi criado um posto de trabalho para um ex-sem-abrigo que agora dá formação.
João Paulo Ribeiro também esteve na rua algum tempo. Acabou por ir para a comunidade e agora está de alma e coração à frente deste projecto. O agora formador de agricultura sabe bem dar valor à necessidade de estimular e motivar estas pessoas que, como ele, viveram na rua Mas além de os motivar no processo de reinserção, admite a importância de dar o seu exemplo e ter muita força de vontade.
“É uma vitória (…) ver as pessoas pouco a pouco a terem aquele entusiasmo, a gostarem delas mais. Muita gente tem uma auto-estima muito em baixo. Todo este processo de cativar as pessoas, lidar com elas, ensiná-las com calma, dar-lhes a nossa experiência, é muito importante para eles (…), ou seja, indirectamente sensibiliza e motiva as pessoas”, afirma.
Fruto deste projecto, todas as semanas estão disponíveis cabazes com hortícolas e frutas da época.
Esta semana, cada saco incluía os seguintes produtos: alface, couve, nabiça, alho francês, beterraba, abóbora, nabo, louro, laranja e limão. Cada um custa 10 euros sem saco e 15 euros com saco reciclado.
As encomendas são feitas “online” de segunda a quinta-feira e podem ser levantadas na sede da Comunidade em Alvalade, em Lisboa. Ou podem ser entregues nos Centros da Venda do Pinheiro ou de Sobral de Monte Agraço, caso os clientes morem lá perto.